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  • Foto do escritorAlex Santos

Shows e Festivais de Música

Algumas pessoas deslumbram a maioridade, a carteira de motorista, a primeira transa, a aquisição de um veículo - ou todos nesta sequência de acontecimentos - e outras celebram o primeiro grande espetáculo. Faz todo o sentido! Primeiro, porque é muito mais glamuroso estar em um evento frequentado por um monte de pessoas descoladas que aparecem na tv ou em revistas de entretenimento para ver a atração que "todo mundo" reconhece a fama. Segundo que, quando não se tem nenhum entusiasta na família que te leve no rolê, é a maior oportunidade de entrar para uma vida pregressa e cheia de desventuras que se iniciam com mentir para os pais, ter documento falso, dormir na rua, tomar um porre ou fumar maconha (ou todos nesta sequência de acontecimentos). Como dizem por aí, "viver é um risco" e alguns a gente até paga por tal dor de cabeça simplesmente pela emoção.


O fato é que esse dia é como se fosse um batismo religioso, onde todos os planos traçados para a sua existência se desconstroem e revelam outros direcionamentos: É o chamado da liberdade e da independência, onde a mãe chora e o filho não vê. Em alguns contextos, esse pode ser o gatilho que transforme o fulano em um marmanjo sustentado pelos pais idosos (no futuro) mas isso é apenas uma suposição. No momento em que o show acontece, qualquer conexão com o cotidiano se desfaz para nos deixar ser manipulados pela performance do artista no palco. Ali, nos entregamos àquela presença suportada por uma série de elementos como a melodia, o repertório, o carisma, o figurino e a figuração... tudo em tempo real.


Agora, não se avança para outro estágio sem o preparo. Depois da conversão pelos shows, vem a transcendência para os festivais. Imaginem! São experiências em locais abertos e paralelos à civilização, potencializadas com atividades interativas em diversos formatos, com gente de diversos lugares do país ou do mundo e com uma agenda enorme de bandas que se apresentarão no espaço. Em alguns casos, ainda se mostram como colônia de férias. Duram dias ou semanas! E a sobrevivência dependerá do seu espírito de Indiana Jones da fanfarra que exige resistência às intempéries como sol escaldante, chuva, preços superfaturados das comidas e bebidas, aglomeração em excesso por gente muito suada e eufórica, de sons mal regulados e ruidosos e a ordem das atrações sem nexo algum.


"Do barro viemos, ao pó retornaremos"...é o que se diz no retorno à casa, quando a família desesperada esbraveja pelo sumiço repentino e pela volta com péssima aparência - feito um esfarrapado - decorrente do exorcismo da fase adulta. Claro que, provavelmente, essa frase tenha surgido aleatoriamente por conta de alguma lembrança de missa/culto/cerimônia religiosa que foi vista certa vez, pois dizem que a retrospectiva da vida passa diante dos olhos antes de morrer. Entretanto, é importante ressaltar que embriaguez faz as pessoas dizerem qualquer coisa sem coerência.



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