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  • Foto do escritorAlex Santos

Importando Discos

Todas as pessoas que compram discos de fora vivem um conflito interno - que é definido pelo desejo de ter disco e não aceitar as condições pressupostas - pois ninguém quer correr o perigo da longa espera e não ter a certeza se o produto será embargado ou perdido no meio do trajeto. Pois é...mas entre esse dilema, começam a florescer elucubrações como a dificuldade de chegar alguns títulos nas lojas locais ou "o disco é mais barato lá fora do que aqui" (mimimi), que forçam o colecionador a assumir o risco.


O fato é que, nos dias de hoje, o disco é caro em qualquer lugar e, no Brasil, o acesso se dá basicamente por revenda. Então, a gente opta pela compra direta com o fornecedor estrangeiro. Sem percebermos que a conta será paga em moedas mais valiosas que o Real, ainda serão acrescidos o custo do frete e a taxa de operação em compras internacionais no cartão de crédito. Resumindo: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come" mas a gente encara a fera. Tudo em prol da posse que, além de proporcionar o deleite da audição, servirá para causar inveja nos pares.


Outro ponto dessa coisa de importação é que existe uma soberba disfarçada no ato. Notavelmente, os colecionadores são um pouco artistas e têm seus universos paralelos individuais com pouca interação alheia e auto estima. Sendo assim, se nutrem da afirmação constante, que julga sua própria sabedoria superior aos dos demais "semelhantes". Por isso, eles se conectam àquelas fontes obscuras...isso os tornam mais diferenciados no grupo. Às vezes, vale até umas mentirinhas para se segurar no posto.


(...)


Depois que a compra é feita, a gente joga as boas vibrações no Universo e torce pela entrega das agências de postagens internacionais e dos Correios e, também, importuna os parentes, o porteiro, os vizinhos e o próprio carteiro toda a vez que ele passa entregando as correspondências. Isso quando o rastreamento segue o fluxo normal. Quando ocorre alguma falha, a gente culpa a "política ruim", reclama dos serviços públicos, dos impostos que pagamos, do País, etc. sendo que, às vezes, é apenas ansiedade e informação ruidosa; SIM! Porque não dá pra entender como alguns códigos de rastreamento oferecem o trânsito completo da encomenda e outros não.


No fim das contas, o importante é o recebimento do pacote que, ao pegarmos e abrirmos com o cuidado similar ao de um ritual religioso, anula tudo isso que está escrito acima.






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