Durante a conversa com o lojista, teve um ponto cego no diálogo onde não consideramos a relação 5 por 2 dos dias de compromissos com os estudos, trabalho, tempo com a família e os dias de libertinagem. Notavelmente, se festeja bem menos que as demais atividades e, partindo dessa premissa, faz todo o sentido a assiduidade que é estabelecida nesses eventos. Mesmo porque, existe a função social e de equilíbrio psíquico-emocional desses indivíduos peculiares.
Em um dado momento, os amigos da escola, os parentes ou aquela turminha descolada do bairro que faz reuniões movimentadas se cansam do nosso jeito e se afastam. Pode acontecer o contrário também, mas, sendo minoria, isso não significará muita coisa. A alternativa é sair por aí dando conversa para pessoas "desajustadas" que compreendem a forma como nos expressamos.
Muitas vezes, não passam de ciladas porque as identificações são multifacetadas e nem sempre correspondem com aquele sentimento que carregamos. Entretanto, é preciso começar de algum lugar, mesmo que ele seja grotesco. Entre uma amizade aleatória e outra, se constitui um círculo que interliga a outros círculos até virar uma cena, gangue, patota, organização (chamem do que quiserem) que criam festas para reunir essas várias pessoas de diversos lugares diferentes em um mesmo espaço.
"No que elas se resumem?" é uma pergunta que várias mães já devem ter feito, com aquela aflição da mancha que a resposta que elas imaginam possam causar na sua reputação diante do círculo social a que estão inseridas...ZzZz. Resposta que elas pensam: Muita selvageria, música alta, pegação, drogas, pessoas mal encaradas e maltrapilhas. Realidade: Até têm alguns "espiritos de porco" mas no geral, são vários nerds competindo entre si quem conhece mais de banda, umas danças sem compasso, curiosos e uns indivíduos que vão sempre pedir para tocar Raul.
Pois bem, esse é o lugar onde depositamos toda a nossa exacerbação juvenil. E digo isso me referindo àquela euforia causada pela emoção de descobrir bandas novas do tipo se vestir igual, levar uma vida igual, entrar numas confusões que remetem ao contexto da obra adorada; Sem contar aquela aporrinhação de ficar militando contra a caretice do mundo e blá blá blá.