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EM CULTO AO MEMORIAL DO HIP HOP, GUILHERME BOTELHO FAZ O INTERCÂMBIO ENTRE A RUA E A UNIVERSIDADE EM SEU PRIMEIRO LIVRO

  • Foto do escritor: Alex Santos
    Alex Santos
  • 1 de set. de 2024
  • 2 min de leitura



Desde a pré até a celebração oficial dos 50 anos do Hip Hop no mundo - e os 40 no Brasil - ficou provado a importância desta cultura para a ascensão social dos agentes que a compõem. Com ela, foi validada a atual modalidade olímpica de break dance, o grafite de rua passa a ter valor no mercado tradicional das artes, DJ passa a ser uma profissão cobiçada por jovens de diversas classes sociais e as rimas dos MCS se tornaram a base da literatura nos principais vestibulares do país. Entretanto, poucas interpretações sobre essa tal manifestação tem respaldo antropológico.


Em "Quanto Vale o Show? O Fino Rap de Athalyba Man" do historiador Guilherme Botelho, as perspectivas de cunho político, econômico e social se sobrepõem ao perfil do artista em destaque. Curiosidades dos bastidores sobre o processo de criação das músicas estão presentes, mas de forma integrada ao valor acadêmico a que a obra se estrutura. "Dentro dessa elaboração de como se fazer o Hip Hop, teve momentos de tensão que se relacionam a outras questões ligadas à história do Brasil como um todo…existia uma tensão dentro do imaginário criativo represado."


Além do livro, Guilherme dirigiu o documentário "Nos Tempos da São Bento (2010)" que é um dos principais registros já lançados sobre o tema no país. A execução do filme ampliou sua perspectiva sobre a tese de graduação à qual estava comprometido na época e tais realizações ainda lhe rendem frutos de análises sobre  a confluência do Hip Hop nos dias de hoje: "A geração do Hip Hop reverenciava a geração dos anos 70 do funk por conta dos samples, por conta do espaço cerimonial - que era o baile - por conta de diversas coisas.  A molecada hoje discute de uma outra maneira porque a concepção para eles de inserção não está mais atrelada a uma construção de passado e identidade. Eles já estão firmados na sua identidade…então, percebe-se que eles não têm esse vínculo mas é nítido que o repertório está lá."


Fã declarado de Racionais MC's, afirma que o título do livro é uma referência à canção de mesmo nome do álbum "Cores e Valores (2014)" do grupo mas, para além da homenagem, o trocadilho contextualiza as lutas pela valorização cultural desse movimento popular, advindo das periferias, onde a obra de Athalyba Man marca o início dessa jornada. 





 
 
 

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